Na Igreja de Piedade
— Du, quem vai dar aula de inglês pra gente ano que vem?
— Duda, até agora não apareceu nenhum voluntário. Mas vamos continuar rezando para que apareça.
— Onde você vai não tem computador?
— Tem, mas ter Internet lá é mais difícil. — O pastor chega:
— Graça e Paz! — Du e Duda:
— Graça e Paz!
— Acabei de receber uma boa notícia. Sua madrinha vai ser transferida para cá.
— Du, ela morava nos Estados Unidos.
— Olha só! Você não vai ficar sem aula de inglês. Mas pastor se a notícia é boa. Por que você está com essa cara? — O pastor estava com uma cara de preocupação.
— Ela está vindo por que o estado da tia dela piorou. Ela e o primo são a única família que a tia tem.
— A tia dela... é a vovó mágica. Sem a vovó mágica...
— Vamos orar!
No Bar do Simas...
— Obrigado! — Tata entrega a folha assinada para o carteiro e fica com a carta. — Que carta diferente. — Simas chega. — Essa carta diferente é para você.
— Isso é um telegrama. Vamos ver de quem é... Liz.
— Ex-namorada?
— Minha prima e sócia. — Ele abre o telegrama. — Ela chega amanhã. Pediu para ir buscá-la no aeroporto.
— Mas você não tem carro.
— Mas tenho a chave do carro dela. Vou avisar as meninas. — Bia que ouve tudo pergunta:
— Você já viu o Simas dirigindo?
— Não.
Na casa da dona Marlene...
— Dinda, ficou linda. A Sambrini mandou mais recebidos.
— Mais?! Vamos abrir! — Duda chega em casa:
— Mãe, mãe, mãe! Minha madrinha tá vindo.
— Quem falou?
— O pastor. Ela vai ser transferida pra cá, por que a vovó Mágica está doente. — Kate:
— Se a vovó Mágica está doente... acabou a mágica?
No dia seguinte...
Na porta da casa da vovó Mágica
— Liz, essa casa ainda não está enfeitada para o Natal.
— Simas, se ela está doente...
— Eu podia dar uma ajudinha. — Liz toca a campainha e o portão abre. — Ai!
— Simas, é automático. — Eles atravessam o jardim e a porta da casa se abre. A robô Rose abre a porta:
— Sejam bem vindos! A dona Margot os espera no quarto. — E aponta na direção do quarto. Os dois atravessam a sala e chegam no quarto. Dona Margot está sentada na cama com um tablet.
— Tia, sua casa parece a dos Jetsons.
— Foi a minha inspiração. A que devo a visita.
— Tia, a senhora me mandou uma cópia dos seus exames.
— Me resta pouco tempo. Mas queria fazer algumas coisas antes de morrer. Vocês me ajudam?
— Se não for saltar de asa-delta.
— Eu fiz isso quando era mocinha.
— Podemos sim! Pode pedir tia.
— Primeira. Quero conhecer meu neto. Segunda. Quero que alguém enfeite a casa e prepare os presentes das crianças que mandam cartas para o Papai Noel. Terceira. Quero ir no túmulo da família uma última vez.
— Eu posso chamar a galera da Bea e do Tata e arrumar a sua casa.
— Podemos pedir pro pastor Mateus ajuda com as cartas.
— Te levar no cemitério amanhã que é mais tranquilo.
— Mas o seu neto. Você tem alguma pista dele? — Rose entra no quarto:
— Com licença, são 14 horas. Hora do remédio. — Ela traz uma bandeja com todos os remédios e uma garrafa d' água. Dona Margot toma o remédio e Rose saí.
— Tia, me dá a robô de presente?
— Simas! — Dona Margot ri. Ela procura no tablet a foto do neto e mostra para eles.
— É o Hugo!
No ICAES...
— Yuri, e se eu fizer um podcast.
— Guiga, você cada dia aparece com uma ideia nova. Aconteceu alguma coisa?
— Minha mãe ela veio para o Brasil. Ela quer ver a Dorinha.
— Por mim tudo bem. Ela é vó da Dorinha. Você num conhece a minha mãe Yuri. Nem eu.
No Bar do Simas...
— Você! — Ela aponta para o Tata. — Por que ainda não levou minhas malas? Os empregados de hoje em dia estão cada vez piores. — Ela volta pro apartamento de Liz.
— Bea, por que a prima do Simas trouxe essa mala sem alça junto.
— Elas são amigas. — Tata sobe com as malas.
— Bea, qual capital do Amapá?
— Não sei Cecília. Por quê?
— É a pergunta da tarefa.
— Ah! No seu livro deve ter alguma coisa vamos ver. — Elas folheam o livro e encontram um mapa. — Aqui!
— Macapá. Rima! Macapá, Amapá. — Simas chega:
— Oi meninas!
— Pai, sabia que a capital de Roraima é Boa Vista.
— Não! Cadê o Tatá?
— Foi levar as malas da.... amiga da Liz.
— A amiga da Liz é a Esther. Mãe da Guiga. Parece que veio ver a neta.
— Quando que a turma de vocês chegam?
— Daqui a pouco.
Na Igreja de Piedade...
— Graça e Paz! Pastor Mateus, como vai?
— Graça e Paz! Vou bem e você?
— Bem. Por acaso o Hugo está?
— Está sim. Entra! — Hugo termina a aula.
— Aula que vem quero ver um desenho maneiro, hein.
— Pode deixar! — As crianças saem.
— Hugo!
— Pode falar pastor!
— Essa é a pastora Elisa Bastos, mais conhecida como Liz. Ela vai nos ajudar na igreja a partir de hoje.
— Suave! Prazer pastora! — Eles se cumprimentam.
— Vou deixá-los a sós. — O pastor saí.
— O que tá pegando?
— Hugo, você jah viu essa foto? — Ela mostra uma foto no celular.
— Claro! Esse menininho sou eu. Eu ganhei esse carrinho de Natal. E esse é meu pai, Heitor. Ele faleceu um pouco depois dessa foto. Aí fiquei por conta do padrinho Orfeu. Mas qual é o BO?
— O Heitor ele é meu primo. E a mãe dele, a tia Margot, ela está muito doente. — Ela começa a chorar. — E ela quer te conhecer. Desde que o Orfeu faleceu que ela não tem mais notícias suas.
— Eu tenho uma família?!
— Tem! — Os dois se abraçam.
No Bar do Simas...
— Galera! Eu preciso da ajuda de vocês. Minha tia ela todo ano enfeitava a casa para o Natal e ia no correio pegar as cartas que as crianças mandam para o Papai Noel. Ela comprava os presentes e dava um jeito de entregar. Esse ano como ela está acamada. Ela não vai poder fazer nada disso. Ela precisa da nossa ajuda. Posso contar com vocês?
— Sim!
Na casa da Vovó Mágica...
— A senhora é minha vó?
— Sou sim! Me dá um abraço?
— Claro! — Os dois se abraçam. A Robô Rose chega:
— Com licença! São 18 horas. Hora do Remédio.
— Essa robô aparece do nada, tá ligado?
— Estou ligada. Por isso trouxe o remédio.
— Hugo, ela não entende muitas gírias.
Na mansão do Lui...
— Lui, dona Vilma! Vocês não sabem da última.
— O que foi Vitinho?
— Lucas Lourenzo está de volta. Lá na sala. — Os três vão para sala.
— Lui, tia Vilma como estão?
— Estamos bem. Aconteceu alguma coisa?
— Seu tio de verdade é o Fábio.
— Eu sei tia. É que... é que... — ele susurra: — Eu me apaixonei.
— Mas isso é muito bom. Vamos!!!
— Lui, é que eu não sei como chegar na moça.
— Deixa que eu te ensino.
All I want for Christmas is You - Mariah Carey
No final de semana...
Na casa da vovó Mágica
Simas e o pastor Mateus organizam a turma do ICAES e da Igreja para arrumar a casa. Du e Hugo sobem no telhado para instalar a máquina de neve artificial. Tata e Fred colocam os piscas nas janelas. Rafa, Jenny e Lui montam o trenó de LED no jardim. Guiga e Yuri montam a árvore de Natal. Sabrina coloca os enfeites pela casa. Vitinho e Cidão montam o boneco de neve (que na verdade é Isopor). Dona Marlene e Bruna montando os pacotes com docinhos com a ajuda (ou não) das crianças. Liz e Lourenço consertam o robô em formato de gato. A Robô Rose fica observando dona Margot. Joel está colocando os enfeites na garagem com Esther. Dona Neide chega:
— Joel, o que você está fazendo?
— Ajudando, mãe. — Du diz:
— Vamos ligar a máquina! — O sabão vai todo na dona Neide. — Pastor:
— DESLIGA A NEVE! — Hugo desliga a máquina. — Dona Neide não abra os olhos! Vamos lavar o rosto da senhora. — Eles arrumam o ângulo da máquina.
— Vamos ligar a máquina! — Dessa vez ela funciona corretamente. — As crianças comemoraram. O carteiro traz as cartas e entrega para Simas:
— Obrigado. São muitas cartas.
— Todo ano ela pega 144.
— 144?!
A noite...
— Minha casa ficou linda! Bom trabalho! Rose, traga Coca-cola e biscoitos de Natal!
— Sim, vovó Mágica!
Mais tarde...
No bar do Simas
— Guiga, será que seus seguidores. Não ajudam a gente com essas cartas?
— Podemos tentar. — Liz:
— Simas, o Lucas e eu ficamos o dia todo no laboratório da vovó e tem muito brinquedo lá. — Lucas:
— Carrinhos de controle remoto, ferroramas, bicicletas, bonecas e bolas. — Simas:
— Será que abrimos as cartas?! — Yuri:
— Acho que ia ficar legal uma campanha: Adote uma carta! — Guiga:
— Curti! Vou fazer o vídeo. — Ela abre o app e começa a filmar. — Boa Noite! Seguidores queridos. Hoje eu vim pedir uma ajuda para vocês. Adote uma carta! Todo ano uma senhora do bairro de Piedade ela pegava cartas para o Papai Noel nos correios e fazia os brinquedos. Mas ela tem uma doença genética chamada Esclerose Múltipla.
Que avançou muito nesses últimos meses. E ela não consegue mais fazer nada. Como ela não quer deixar as crianças sem presente. Ela pediu a nossa ajuda para comprar os brinquedos das crianças. Ajude-nos com a campanha: Adote uma carta! E faça uma criança feliz.
Na casa da Bruna...
— Acho que nunca vi tanto doce na vida.
— Bruna, mas a parte mais legal foi levar para as crianças do bairro. Quando eu era pequena eu ganhava. Mas já faz uns anos que é a robô que entrega os doces.
— Ela fazia brinquedos para retardar a doença. Me parte o coração. — Bruna começa a chorar. — Parece que o Natal vai ser o último dela.
No quarto de Esther...
— Mãe, vim buscar a Dorinha.
— Agora que ela dormiu? Guiga, desculpa ser uma péssima mãe. Não deixe que o mundo dos flashes de deslumbre e que você esqueça o que realmente importa. A Dorinha.
— Podia deixar. Eu não vou repetir seus erros.
No Natal...
Na casa da vovó Mágica
Fábio está interpretando o papai Noel.
— Qual o seu nome?
— Enzo.
— Você foi um bom menino?
— Não. Eu desobedeci minha mãe.
— E pediu desculpas?
— Sim.
— O seu presente. — Hugo entrega o presente para Fábio. Com um bilhetinho. Ele lê. — Você pediu um irmãozinho?
— Foi.
— Esse pedido eu não posso atender. Esse é com Deus. Mas vou rezar para que ele te atenda. Aqui tem um brinquedo para você.
— Papai Noel, Deus lê cartas?
— Claro que lê.
Fábio entrega os presentes e conversa com cada uma das crianças. E depois todos ceiam juntos na casa da vovó Mágica.
— Amigos, gostaria de dizer algumas palavras. Primeiramente, muito obrigada. Se não fosse a família e os amigos nada disso seria possível. Quem conheceu meu marido José Noel sabia que a maior alegria dele era fazer um brinquedo. Ontem fui visitar seu túmulo e já deixar tudo prontinho. — Vovó Mágica se emociona. — Ver o Fábio Lourenzo entregar os presentes hoje me lembrou os natais que Noel fazia isso.
Segundo quero agradecer a Deus por ter me permitido conhecer meu neto Hugo. As vezes parece que a justiça demora, que a impunidade vai vencer. Mas não perca a fé, pois Deus pode abrir um mar para o povo passar. Pode mover montanhas para que entendamos que ele é o Soberano. E não as nossas vontades.
Eu rezei muito para que Deus protegesse o Hugo. Pois eu não tinha como e hoje ele está aqui passando o Natal comigo. — Hugo abraça a avó. Todos batem palmas. — Vitinho:
— Um brinde a vida!
FIM
por Liaasp
25/8/2023
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*Logo da Novela: Vai na Fé copiado do Wikipédia.
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