Na Irmandade...
— Você de novo não. Saía já daqui!
— Bé! Bé! Bé!
— Aqui não é lugar de bode! Volte já para o sítio que você veio!
— Bé! Bé! Bé!
— Meu São Francisco, o que eu faço?
— Serve io?!
— Frei Leão, já é a segunda vez que esse bode aparece.
— Ele quer namorar.
— Namorar?! A cabra Sofia?
— Sim. Os animais também amam.
No Cadinho de Dendê...
— Como você fez uma coisa dessas?
— Calma, vó! — Ela corre atrás do Júlio com uma vassoura em mãos.
— Calma?! E se você morre hoje? Como vai ser?
— Se a senhora não me acertar...
— Ah... vem cá, atrevido! — Verônica chega:
— O que está acontecendo?
— O Júlio puxou os Evaristos. Engravidou a namorada antes de casar. Mas hoje eu dou a surra nele. Para ele aprender a respeitar o tempo.
— Mãe, o Júlio já é crescido para isso.
— Por isso que ele está assim. Você passa a mão na cabeça dele. — Lucas e Justino chegam:
— Boa tarde! Qual foi a ocorrência?
— Desonra, seu delegado. Obriga esse menino a casar agora!
— A senhora não é avó dele?
— Sou sim. Vera Aparecida de Jesus Medrado.
— Muito prazer! Geralmente é a família da moça que acusa a desonra.
— Mas, eu não vou esperar por ninguém. Meu bisneto precisa de um lar. Agora!
— Sim, senhora! Justino, leve a Sônia para a delegacia que eu levo o noivo.
— Sim, delegado! — Lucas segura Júlio pela mão para o conduzir para a viatura. Justino saí do restaurante.
— Mãe, avisa a Marê e o Orlando. — Lucas e Júlio saem.
No Hotel...
— Boa tarde!
— Boa tarde, Justino. Em que posso ajudar?
— Me acompanhe para delegacia.
— Tino, por quê?
— Dona Verinha acusou o Júlio de desonra e o delegado vai casar vocês agora.
— Está bem. Mas a Tânia e você são os padrinhos. — Seu Popó:
— Podem ir. Eu aviso a Marê.
— Obrigada. — Os dois saem. Marê chega:
— Seu Popó, o que aconteceu?
— A Sônia e o Júlio vão casar.
— Eu sou a madrinha. Vou atrás do Orlando.
Na Prefeitura...
— Seu Osório, o que o senhor está me dizendo?
— Nos documentos constam que o povoado de Cachoeira pertence a São Jacinto e não a Imperatriz.
— E podemos reivindicar a posse?
— Com certeza. Primeiro falamos com o prefeito de Imperatriz e depois com o governador.
— Ótimo não quero mais nada errado nessa prefeitura.
— Fiz o orçamento para levar a água encanada para Andorinhas e Laranjeiras. Achei muito caro. Então tomei a liberdade de saber quanto um engenheiro cobra pra analisar se dá para encanar a água do açude.
— Muito prudente. Pode pedir a análise do engenheiro.
— Aqui está ofício nomeando o doutor Lucas como delegado titular.
— Ele esteve muito tempo no exército, mas estudou junto com o Gaspar. Um bom garoto.
— Também acho. O Padre Severo pediu para fazer um presépio vivo na praça e se possível uma cantata.
— Pode autorizar. Veja se ele precisa de verba.
— E para finalizar minha parte do relatório para enviar ao governador.
— Perfeito, seu Osório. O senhor é um ótimo vice-prefeito.
— Por nada. Só tem uma coisa que me agrada mais que a política... a mecânica.
No povoado de Laranjeiras...
— Boa tarde!
— Boa tarde, doutor Ítalo! Em que posso ajudar?
— O ex-delegado Ciro disse que veio aqui no povoado e recebeu uma erva para tosse dele.
— Foi sim. Espera um pouco. — Ela entra em casa pega as ervas e volta. Entrega para o doutor. — Faz um chá simples e toma a cada seis horas, mas se já estiver tossindo sangue vai piorar a situação.
— Ele está.
— Eu não tenho erva para isso, mas eu rezo a novena de são Pantaleão.
— Se o sangue cessar eu volto.
No hospital...
— Padre Severo! Marcelino! Eu vou morrer?
— Eu vim lhe trazer o meu amigo, Jesus. — Marcelino entrega um crucifixo para Ciro.
— Obrigado. Aquele dia que fui no sótão. Eu tenho certeza que o vi.
— Queres confessar?
— Quero.
— Marcelino, me espera na sala do Orlando.
— Sim. Seu delegado, tenho certeza que Jesus vai fazer o melhor. — Ele dá um abraço no delegado e sai.
— Como pode ter um coração tão puro?
— É o Marcelino.
Na delegacia...
— Boa tarde! Estamos aqui reunidos para celebrar o casamento de Júlio e Sônia.
— Espera!
Próximo Capítulo: 15 de novembro de 2023.
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