Na Irmandade...
— Vamos rezar o primeiro dia da novena. — Entra uma moça na igreja:
— Por favor, posso falar com o Frei Leão?
— Claro! Em que posso aiutare?
— Frei, o senhor trabalhou na Igreja de São José Operário?
— Sim, mas faz mais de vinte anos. Era um povoado muito pequeno ali na divisa de Imperatriz.
— O senhor lembra de uma senhora que deixou um nenê na porta da igreja?
— Claro! Mas as freiras levaram-no para o orfanato.
— Pois, então ele é meu irmão. Eu preciso muito encontrá-lo.
— Olha! A única coisa que me lembro é que era dia de São Francisco. Mas só as freiras vão conseguir te ajudar.
— Elas me disseram que só o senhor podia me ajudar. — Pai Papinha:
— Frei Leão, podemos começar?
— Sim, venha reze conosco!
No restaurante...
— Dona Verinha, a senhora também enjoava muito quando estava grávida.
— Eu nunca engravidei.
— Ahn?! Como assim?
— A Verônica é filha da minha irmã mais nova. Ela morreu no parto e o pai me deu a Verônica para criar. Eu já estava casada a sete anos e não conseguia engravidar. Então resolvemos sair da Bahia e ir para São Paulo, mas no meio do caminho meu marido passou muito mal.
Então uma pessoa nos indicou aqui Aguas de São Jacinto para o tratamento. Então ele prometeu que se ele ficasse bom ele adotaria um menino e lhe daria o nome de Francisco de Assis.
Meu marido ficou curado e adotamos um menino do Orfanato de Imperatriz. Ele tinha a mesma idade da Verônica e muitos parecidos. Todos acham que os dois eram gêmeos. O amor que eu tenho por eles é de como se eles tivessem saído de mim.
Mas te responder como funciona uma gravidez, eu não sei.
— Que lindo! Eu adotaria uma criança. É um grande ato de amor.
No Uruguai...
— Clara, consegui um emprego.
— Que bom, Baltazar!
— O que esse gato faz aqui?
— Ele não é lindo? Posso ficar com ele?
— Você quer adotar um gato?
— Sim. Ele é tão branco. Parece com neve. Neve. Nevinho.
— Miau!
— Pronto! Nevinho! Deixa o Nevinho ficar, Baltazar.
— Está bem Clara. O gato pode ficar.
— Obrigada.
— O meu chefe disse que talvez vamos precisar ir pro Brasil.
— Eu não gosto muito dessa ideia. Se viemos de lá fugidos.
— Mas fugimos de quê?
— Não lembro.
No Hospital de São Jacinto...
— Cof! Cof! Cof!...Cooooofffffffff!
— Respira fundo! — Ciro respira fundo. — Toma um pouco de água! — Ele bebe um gole.
— Adélia! Me chama o padre! Dessa noite eu não passo.
Próximo Capítulo: 27 de dezembro de 2023.
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