Cap. 14 - O Mar

 

No dia seguinte

Na Prisão...

— Padre, obrigado por vir antes de me transferirem.

— Combinamos e aqui estou.

— Eu posso lhe pedir um favor?

— Sim!

— O senhor pode colocar um papel vermelho na porta da delegacia à noite.

— Por que?

— Para meu amigo não tentar me soltar.

— Está bem. Pronto?!

— Sim, padre. — O padre faz a oração inicial, o criminoso termina a sua confissão, o padre o perdão com a oração específica. —  Agora você faz um oração para agradecer o perdão de Deus.

— Padre, eu não sei rezar posso entregar meus dias na prisão.

— Pode. Mas você vai oferecer cada dia por vez.

— Sim, senhor. — O Padre dá uma Bíblia e um terço para ele.

— Padre, reze pela conbersão do meu amigo.

— Conte com as minhas orações!

Na Praça...

— Bom dia! Seu Nestor, minha mãe mandou esse cobertor. A moça da TV disse que vai esfriar.

— Obrigado, Deus os pague.

— Tiago, no capítulo 4, falou da inveja e que não devemos planejar a vida sem Deus. E ele diz que as pessoas pedem errado. Não entendi.

— Pois chegou quem pode lhe explicar.

— Bom dia! Podiamos montar um grupo de estudos na praça.

— E o dia que estiver chovendo?

— Vamos para a marquise da Igreja.

— E logo, logo o coreto vai estar reformado. Com as mesinhas de dominó ao redor.

— Os velhinhos já vão estar todos imunizados. Quando a obra estiver pronta.

— Sim!

— Mas o que significa o mar? E por que rezamos errado?

— O mar para os hebreu simbolizava o mal. Pois as na ões inimigas vinham pelo mar. Quando Deus abre o mar para o seu povo passar. Significa que quem está com ele, quem caminha com ele o mal não lhe atingirá.

O mar ele é inconstante. Ele se revolta. Ele quando nos atinge ele vem com toda força no nosso ponto mais frágil. Quando ele nos enche ficamos sem arma. Queimamos por dentro estando dentro d'água.

O barco vem cortando o mar. O barco enfrenta o mar. Ele manda uma boia, ele pesca aqueles que estão no mar. E quem são os pescadores do barco?

— Nós!!!

— Exatamente! Agora imagine uma pessoa no meio do mar revolto sentindo a morte. O que ela vai dizer?

— Me ajuda!

— Você entende essa frase com duplo sentido?

— Não!

— Quem a escuta de dentro do mar: puxa-a para baixo. E quem a escuta de fora: puxa-a para fora. Mas quando dizemos: Deus me salva. Só tem uma opção.

— Como rezamos direito?

— Senhor, eu estou nessa provação, problema, situação et cetera. Senhor, me salva. Me leva para o seu barco e esteja comigo enfrentando esse mar. Que eu faça a Sua vontade.

Tenho certeza que a vontade de Deus é que você esteja dentro do seu barco. 

— Pode-se cair do barco?

— Pode. Mas se você fizer o que Deus lhe pede você não vai cair.

— Eu quero estar nesse barco.

— Continue fazendo o que Deus lhe pede. Agora tenho que ir. Me desculpem. — O prefeito vai conversar com o mestre de obras do coreto.

— Chiquinho!

— Oi Zezinho!

— Bom dia, seu Nestor!

— Bom dia!

— Chiquinho, a dona Maria saiu da Caverna e marcou uma reunião com todos os coroinhas.

— Vamos voltar a servir?

— Acho que sim! — Os dois pulam de alegria e seu Nestor sorri vendo a alegria dos dois.

Leia os capítulos de: A Caverna.

Rosinha abre a igreja. E as crianças entram correndo e vão direto para a capela do Santíssimo.

— Bom dia! Seu Nestor, o que deu neles?

— Rosinha, Deus atendeu a oração deles.

— É tão bonito vê-los buscando a Deus. Que a fé deles nunca se abalem.

— Eu queria ser como eles.

— Então vá! — Seu Nestor entra e reza com os dois.

A Noite...

O padre cola o papel vermelho. O homem vê e retira o papel. Ele vai embora da cidade sem deixar rastro.