Depois do último capítulo de Herança de Amor
Muito tempo depois...
Na Mansão de Candinho
– Celso, você acha mesmo que consegue tirar sua irmã da prisão?
– Tia, tenho que tentar. Ela está desolada desde que o Guilherme fugiu com o Mateus e a vovó faleceu.
– Pelo menos ela fez o que era certo. Voltou e se entregou para a polícia. Eu pedi para o detetive Jack ir atrás do menino.
– Obrigado Tia. Muito obrigado. Não sei nem como lhe agradecer.
Muitos meses antes...
No Sítio Dom Pedro II
– Lily¹! Lily! Onde está essa menina?
– Já vou dona boca de fogo.
– Meu nome é Cunegundes, Cu ne gun des!
– Em que posso ser útil?
– Ajude o Zé dos Porcos com os porquinhos novos.
– Sim, senhora!
Do lado do chiqueiro...
– Zé, a dona...
– Eu ouvi. Vou te dando eles e você coloca naquela caixa.
– Sim.
– Zé, eu achei um vidrinho verde perto do riacho.
– Lá tem bastante desse vidrinho.
– Por que você não junta eles e faz um presente pra Mafalda.
– Não é má ideia. Agora vamos lavar os porquinhos no riacho.
– E a mãe?
– Já limpei ela. Quando terminar de lavar os porquinhos venho dar comida para ela.
– Zé, eu sinto falta do Candinho.
– Você tem ele como um irmão, né?
– Sim. Eu queria ir na cidade atrás dele.
– Sozinha?!
– Eu apareci aqui na mesma caixa que o Fofinho. Não sei quem são meus pais. Dona Cunegundes me trata como empregada. Mas não paga nada.
– Mas na cidade é complicado.
– Se eu morrer ninguém vai dar falta.
– Eu vou. E o Candinho também.
Hoje...
– ZÉ DOS PORCOS!!!!
– Sim!
– Chegou essa carta.
– É da Lily!
– Aquela desmiolada some 7 anos e me manda uma carta? Desmiolada, mas era a única que fazia as coisas direito. Eu sinto falta dela. O que diz aí?!
– São Paulo, 22 de julho
Querido irmão Zé dos Porcos, Dona Cunegundes, Seu Quinzino, dona Eponina, Mafalda, Quincas, Dona Manoela e meu pequeno rouxinol Dita.
Venho por meio desta lhes comunicar que ainda não encontrei o Candinho e nem o Policarpo.
– Pera! Aquela desmiolada ainda está procurando os dois?
– Mais, mais, coitada dela Cunegundes. Saiu daqui com um gato e a mala. Ela deve ter ido andando.
– Posso continuar?
– Claro, Zé!
– não encontrei nem o Candinho e nem o Policarpo. Demorei alguns dias pra chegar, pois vim andando com o Fofinho no colo.
Ao chegar em São Paulo consegui emprego na Rádio Paraizo. Fazia faxina lá. E um dia vi uma senhora com um colar cheio daqueles vidrinhos que tem no sítio. A moça se gabava toda dizendo que era esmeralda.
Levei os vidrinhos na joalheria e eram mesmo. O joalheiro me deu uma boa quantia em dinheiro. E comprei uma casa.
– Esses vidrinhos são esmeraldas?
– Ela tá dizendo aqui. Posso continuar?
– Continua...
– Mas não podia morar sozinha na casa coloquei ela para alugar. E continuei morando nos fundos da rádio. Até que participei do concurso para cantora da rádio e perdi.
– Como ela perdeu se ela cantava melhor que a Dita?
– Perdi o teste, no dia acordei com muita febre. Achei que dona Cunegundes tinha razão ficar sonhando acordada não enche barriga.
Semanas depois estava limpando o auditório e cantando. Não tinha ninguém. Então o dono da rádio ouviu e me perguntou se eu não gostaria de cantar no lugar da cantora naquele dia. Pois ela tinha acordado sem voz.
Eu brilhei naquele palco e o dono do cruzeiro me chamou pra ir cantar no navio. Conheci vários lugares estou mandando uns cartões postais junto com a carta.
– Deixa eu ver! – Zé dos Porcos entrega os cartões para Maria Divina e continua lendo.
– O Fofinho ficou meio mareado, mas se acostumou com a vida no navio. Durante esses anos aprendi a tocar piano. E fui convidada para tocar em uma apresentação de balé no Teatro Municipal de São Paulo, hoje.
Antes de ir para apresentação vou postar esta carta. Mas meu contrato com o navio venceu. E agora sim vou poder procurar o Candinho. Espero que todos estejam bem.
Abraços
Lily.
– Aquele gato ainda tá vivo! Aquela desmiolada aprendeu a tocar piano. E viajou o mundo as minhas custas.
– Não Cunegundes, ela viajou a trabalho.
– Mas comprou uma casa com as esmeraldas. Manda uma carta para ela Zé.
No Lar dos Anjos...
– Boa tarde!
– Boa tarde! Quem é a senhora?
– Eu sou a dona da casa. A Zulma está?
– A patroinha saiu.
– Ela paga o seu salário, mas não me paga o aluguel. Pois eu não saio daqui enquanto não vê-la.
Na Mansão de Candinho...
– Miau!
– Olha esse gatinho parece o Fofinho.
– Candinho, você tinha um gato?
– Não, Picolé, a Lily tinha um gato.
– Ela veio procurar você e sumiu. O filho da Sandra sumiu e seu filho sumiu. Não é muita gente sumida, não?
– Tem razão, Picolé. Mas a Lily comprou uma casa.
– Com que dinheiro?
– Não sei. Mas foi o que o detetive Jack descobriu. Depois ele foi atrás do filho da Sandra. – Professor Asdrubal entra como um vendaval.
– Candinho, olha o que o Tales me deu. – Ele entrega um folheto para Candinho.
– Olha! Parece a Lily.
– Ela passou esses anos cantando em navios. Agora ela deve voltar para a rádio. Esse folheto foi de uma apresentação da semana passada.
– Ela tá viva!
Horas depois...
No Lar dos Anjos
– Lily, quanto tempo.
– Eu vim cobrar o aluguel.
– Olha! É que no momento você me pegou desprevenida, mas mês que vem...
– Se você não tem como me pagar. Arrume suas coisas e saía. — Samir diz:
– Mas onde vamos morar? Nossa mãe está muito doente...
– Ela eu não sei. Vocês vão para um orfanato. Já chamei a polícia uma vez. Chamo de novo. Você tem uma semana para desocupar a casa Zulma.
E você rapazinho. É um ótimo ator. Me lembra meu irmão quando era pequeno. Mas ela já me passou todo o tipo de desculpa. Agora não tem mais jeito.
– Se o seu irmão pedisse ajuda. Você não ajudaria? - Celso chega:
– Boa tarde!
– Tio, ela veio cobrar o aluguel.
– Eu pago. – Ele dá uma quantia de dinheiro a Lily. – É o suficiente?
– Para esse mês sim. Faltam só seis.
– Seis meses?
– Seis anos.
– Que?! Zulma, você não paga o aluguel?
– Uma casa velha caindo aos pedaços.
– Por que você não cuidou. E nem pagou o aluguel para que eu o fizesse. Vocês deviam reformar a casa.
– Como vamos reformar a casa?
– Lindinho, vocês são crianças não podem. Mas a Zulma é forte ela pode. – Zulma fingindo:
– Eu?! Uma frágil mulher não posso fazer esforço.
– E se a senhora vir morar aqui?
– Lindinho, não é má ideia.
– Se vai morar aqui. Não preciso pagar o aluguel.
– Precisa pagar a pensão. Sua e desses anjinhos. – Celso diz:
– As senhoras fizeram um contrato? – Lily e Zulma juntas:
– SENHORITAS!
– Me desculpem. As senhoritas fizeram um contrato?
– Claro! – Lily apresenta o contrato para ele. Celso lê.
– O contrato venceu ontem. Caso ela não pudesse pagar deveria cobrar. O Guilherme?
– Esse senhor pagou alguns meses e depois enviou uma carta dizendo que foi para Bolívia e não podia mais assumir o compromisso de fiador.
– Desgraçado. Me prometeu pagar 1 ano de aluguel.
– Então, faz sete anos que moras aqui.
– Já passou tudo isso. Nossa!
– Eu preciso devolver a casa para a minha mãe. Não posso devolver nesse estado.
– Senhoritas, eu pago os materiais. E vocês reformam a casa.
– Depois da reforma a Zulma vai para outra casa com as crianças.
– Para onde eu irei com os meus anjinhos?
– Deixe os anjinhos serem adotados e se mude. Eu adoto esse lindinho e aquele curioso que escuta atrás da janela com a sua empregada.
– Zenaide!
– Oi Patroinha! – Ela faz sinal para Simbah aparecer na janela. Ele levanta.
– Está tudo resolvido. Eu já me vou.
– Espere! Temos que montar um contrato. Vamos entrar para que eu possa datilografar. – Eles entram na casa. Ela abre o armário que Zulma não tinha a chave. Ela pega a máquina de escrever e datilografa o documento. – Aladim cochicha para Samir.
– Se eu soubesse que tinha essa máquina...
_______
¹Lily apareceu no sítio em uma caixa com um gatinho também filhote (o Fofinho). Na verdade ela é filha de Medeia que deixou a filha com os irmãos, pois estava em depressão pós-parto. Mas Cunegundes não sabe.
Próximo capítulo: https://fanficsenovelas.blogspot.com/2025/09/cap-2-reforma.html?m=1
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