Na Igreja Nossa Senhora do Apocalipse...
— O seu rato derrubou o lustre. O senhor não faz manutenção na igreja?
— A última tempestade me levou metade do telhado e até agora nossa campanha do pix não concluiu o valor desejado.
— Nossa! Vou deixar 100 sentrias no ofertório para que se realize a obra.
— Obrigado, meu filho. Que Deus lhe abençoe!
— Amém! Seu padre, o senhor me distraiu termine sua oração logo!
— Claro! O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Assim como este irmão nos ajudou em nossa obra. Tenha misericórdia dos que passam fome e dos pecadores que não tem consciência dos seus pecados...
Na Praça...
— Bom Dia! Seu Nestor, eu preciso que o senhor fique com o Jessé no carro. Eu e o Tomé vamos entrar pelos fundos. Artur e Gomes ficam de olha na porta da frente. Rita vigia a porta lateral! Os demais se espalhem pela praça e observem se tem algum cúmplice. — Um homem escondido atrás da árvore da esquina sai discretamente. Os policiais agem conforme as orientações do delegado que entra de fininho na Igreja.
Na Igreja...
— Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Perdoai este irmão, Senhor. Perdoai-me por todos os meus erros. E me dai a devida penitência. Mea Culpa!
— Padre!
— Sim!
— Será que posso confessar antes de lhe matar?
— Claro! Vamos ao confessionário! — Os dois entram no confessionário. E Tomé cochicha para o delegado.
— E agora?
— Fiquem em posição naquela coluna eu vou procurar a chave da porta da frente.
— Sim, senhor.
Na Casa de Chiqinho...
— Meu filho, você não ia na praça ler.
— Arrombaram a porta da igreja.
— Valei-me minha Nossa Senhora! Eu vou ajudar.
— Mãe! Seu Nestor está lá e o policial foi chamar o delegado.
— Tem razão, filho. Vamos tomar um café.
— Seu Nestor não tomou café hoje.
Na Igreja Cristã Sentraliana...
— Moisés, eu quero uma música que fale o quanto Deus é misericordioso. Melhor eu quero um testemunho.
— Pai nosso
— A oração?
— Sim
— Verdade. Vamos pregar sobre o Pai nosso. Vamos reabrir a Igreja com um ótimo tema. Mãos a obra!
Na Igreja Nossa Senhora do Apocalipse
No Confessionário...
— Meu filho eu só posso de perdoar dos seus crimes quando você se entregar para a justiça.
— Se eu me entregar. O senhor vai na cadeia terminar a confissão?
— Vou sim, meu filho.
— Mas eu tenho que matar o senhor antes.
— Um outro padre pode ir.
— Será que eu posso matar o senhor na parte de tras da Igreja?
— Claro. — O Delegado abre a porta. — Que barulho foi esse?
— Deve ser o rato. — Os dois saem do confessionário. E encontram os policiais. O bandido se ajoelha no chão e solta a arma. — Eu me entrego! Eu sou responsável pelos meus crimes! — O delegado o algema e o leva para a delegacia.
— O que o senhor fez?
— Tomé, eu só repeti as palavras que Deus me ensinou.
— Eu nunca vi um bandido se entregar tão rápido.
— Na verdade ele carrega essa culpa a muitos anos.
— O que ele fez?
— Segredo de confissão.
Momentos Depois
Na Praça...
— Seu Nestor, trouxe para o senhor. — Chiquinho entrega um copo de café com leite, um pão e dois pedaços de bolo.
— Obrigado. Agradeça a sua mãe.
— Seu Nestor, o que é humilhação?
— O que você leu? — Chiquinho pega a Bíblia na sua mochila. Abre onde havia marcado e lê:
— "Que o irmão de condição humilde se glorie de sua exaltação e o rico de sua humilhação, porque ele passará como a flor da erva. Pois o sol abrasador se levanta, seca a erva e sua flor cai, sua bela aparência acaba. Assim vai definhar o rico no meio de seus negócios." (Tg 1, 9 - 11)
— Quando dizemos que uma pessoa é humilde significa que ela não tem muitas coisas.
— Como o senhor?
— Exato. Agora quando dizemos que uma pessoa é humilhada significava que tiraram dela todas as suas qualidades.
— Fizeram bullying?
— Isso. Nesse trecho ele fala das qualidades. Aqueles que tem poucas, mas as colocam em serviço de Deus. Serão exaltados e estarão ao lado do Senhor.
Aqueles que tem muitas qualidades e não as colocam a serviço murcharam como uma flor no Sol quente.
— Igual aquela Margarida?
— Sim. Imagine que cada pétala da Margarida fosse uma qualidade.
— Ela perdeu todas.
— E aquela do outro canteiro?
— Ela perdeu uma pétala, mas continua viva.
— Mas a margarida murcha não morreu. Se cuidarmos dela...
— Ela vai dar flor de novo! — Chiquinho rega a margarida. — Você vai ser rica de novo!
— E você vai ser humilde ou deixar os outros de humilharem e te secarem?
— Eu vou ser humilde! O senhor foi humilhado?
— Fui eu era muito orgulhoso tinha tudo o que alguém sonha: família, casa, emprego, diploma e carro do ano. Pensei que não me faltava nada. Mas a bebida me levou a conhecer a inconstância.
— A provação?
— Ela mesma. Eu perdi o emprego, o carro, a família e a casa. Fui humilhado e agora estou aqui murcho como a margarida.
— Eu posso regar o senhor?
— Você já fez isso. — Ele mostra o copo e o guardanapo onde estava o bolo. — Mas nem só de pão vive o homem...
— Mas de toda a palvra. — Elias completa. — Vejo que estão estudando Tiago.
— Sim!
— Eu trouxe alguns agasalhos que doaram para a Igreja.
— Obrigado, pastor. — Elias deixa as roupas e vai para a prefeitura.
— Mais um regador.
— O meu problema é a bebida. Todos os dia eu rezo o Pai Nosso e repito inúmeras vezes. E livrai-nos do mal. Amém.
— O senhor vai conseguir!
Na Igreja Nossa Senhora do Apocalipse...
— Aaaaaaahhhh!!!!!
— Rosinha, é você?
— Eu e o raaaatooooo!
— Já vou.
— Padre, por que o senhor está no confessionário? — Rosinha em cima do banco da igreja se tremendo toda.
— Estou com o Gato.
— Quê?!
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