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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

A Última Cidade - Parte 2

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Terça-feira antes de Pentecostes

Igreja Nossa Senhora do Apocalipse...

Ele passa pela praça e Nestor não o vê. Ele dá a volta na Igreja e arromba a  porta do fundo.


— Quem é? — Padre Miguel estava preparando uma bandeja com o café da manhã. Pois havia combinado com Nestor.

— Eu sou a sua morte!

— Posso antes fazer minha última oração em frente a Jesus Cristo e Nossa Senhora? 

— Pode? — O Padre corre para o altar. Ele pensa vou me arrepender disso. Padre Miguel começa sua oração:

— Pai Nosso que estás nos Céus! Meu Pai! Pai desse seu filho. O Criador do Universo. O Senhor que está no Reino da Eterna Glória. Receba essa oração de seu filhinho aqui de Sentrália.


Na Praça...

Chiquinho senta no banco da praça. Coloca sua garrafinha de água e seu potinho de álcool em gel ao seu lado. Abre sua Bíblia e se põe a ler. 

Passado alguns minutos Nestor o vê.

— Chiquinho!

— Olá seu Nestor!

— Você não acha estranho o padre não ter aberto a Igreja?

— Deve ter perdido a hora. Hoje eu não ouvir o galo do Seu José.

— Eu também não. Vou aguardar um pouco.

— Ah! Esqueci o dicionário!

— Qual é a palavra?

— Provação.

— O que é uma prova?

— É um monte de perguntas para a professora saber se entendi o que ela explicou.

— A provação é quando a vida lhe dá uma prova dessas. Tá vendo aquela garrafa?

— Sim. Ela está com metade da cerveja.

— Eu sou acoolotra. Eu quero beber, mas não posso. Então estou resistindo a essa provação. 

— Entendi. Vou te ajudar. — Chiquinho pega a garrafa, joga a cerveja no esgoto e a garrafa vazia no lixo reciclável. — Pronto!

— Muito obrigado. Mas se eu fosse forte eu teria feito isso.

— Seu Nestor! O senhor sabe o que significa constância?

— É você fazer sempre a mesma coisa. Por exemplo todo dia você almoça.

— Ah! Acho que aqui ele quer dizer de rezar todo dia. — Seu Nestor fica com o olhar parado na padaria. — Seu Nestor, o senhor está com fome?

— Sim. Eu combinei de tomar café com o padre.

— Vamos bater na porta do fundo. Para acordá-lo. — Os dois dão a volta na Igreja e seu Nestor percebe que a porta foi arrombada. Ele faz sinal para Chiquinho ficar quieto e eles voltam para frente da Igreja. E encontram Tomé. Nestor cochicha:

— Arrombaram a porta dos fundos da Igreja.

— Vou chamar o delegado. — Chiquinho bebe toda a água de tão nervoso.

— Vai para casa!

— Cuida do Padre! — Chiquinho pega as suas coisas e vai para casa.


Na Igreja...

— Santificado seja o vossso nome que seja feita a vossa vontade. Se é da sua vontade que eu morra eu aceito de bom grado. Mas se não é de sua vontade que o senhor impeça esse seu filho de me matar. — Um barulho vem do fundo da Igreja e os dois olham para trás.


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