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Cap. 3 - A viagem
Estávamos caminhando rumo a Caná. Cléo ia ao meu lado. Ela parecia estar com medo. Acho que ela nunca saiu de casa. Jesus ia na frente e cada hora um caminhava com ele para conversar. Os outros iam em duplas conversando. E Madalena estava para trás junto conosco. Então percebi que ela estava muito branca. Não tive dúvidas:
— Miaaaaaaaaaaaaaaaaaaauuuuuuuuuuu!!! – A Cléo até deu um pulo. – Jesus perguntou:
– O que foi Téo? – Todos olharam para mim. E eu tentava apontar para Madalena com as minhas patas. Jesus orientou:
– Madalena, sente-se e beba um pouco de água devagar. Téo, ela precisa de fruta. – Eu também sabia colher frutas. Subi rapidamente na primeira árvore frutífera que vi. Mateus e Judas Tadeu foram comigo, eu derrubava as frutas e eles colocavam em um cesto. Assim que terminamos voltamos para Madalena e Jesus. Madalena agradeceu:
– Obrigada, meninos. – Pedro disse:
– Estou começando a me acostumar com os gatos. – Mateus disse:
– Espero que eles se acostumem conosco. – Todos riram. Depois de descansarmos um pouco voltamos a caminhar. Pedro parecia muito preocupado. Se já tivessem inventado o celular ele tinha ligado muitas vezes para Éden. Dava para perceber que eles se amavam muito. Mas não era só saudade. Era uma preocupação. A mãe de Éden não estava se sentindo bem quando saímos de lá. Éden tinha dormido ao lado da mãe todos os dias que estávamos lá. A senhora fez todas as refeições no quarto. Minha vontade era pedir pra Jesus curá-la. Mas quem sou eu, um gatinho que não sabe muito do mundo dos humanos e menos ainda dá vontade de Deus.
Finalmente chegamos a Caná no local onde seria o casamento. Maria estava ajudando a arrumar a tenda. Se chama Khupá (se pronuncia rupá). Os noivos se casam debaixo dela para confirmar o matrimônio diante de Deus. Ah! Quando vi Maria esqueci que estava cuidando da Cléo e corri até ela.
– Téo! Estava com saudades, não é! – Ela me pegou no colo e me afagou.
– Esse gato não é normal. – João disse.
– Miiiiiaaaau! – Cléo resmungou.
– Eu acho que vamos ter dois casamentos. – Disse Mateus. Ele pegou a Cléo e colocou embaixo da Khupá. Maria, colocou uma flor no pelo de Cléo. Jesus nos deu um afago em cada um e disse:
– Sejam felizes e tenham muitos gatinhos!
– Mestre, é assim que se casam os gatos? – Judas Tadeu perguntou.
– Eles não se casam. Eles ficam juntos por um tempo. A vida deles é mais curta que a nossa. E eles não tem livre arbítrio. Eles agem conforme a natureza deles. – Jesus respondeu.
Me desculpa, mas ali eu não casei ou juntei com a Cléo. Ela tava no final da infância. O que fazíamos era brincar e ensinei-a a caçar pombinhas. Mais pra frente sim… mas calma uma pata por vez.
Voltando ao casamento fiquei com a Cléo embaixo de um banco comendo peixe. Então Maria chegou e falou com Jesus:
“Eles não têm mais vinho”. Respondeu-lhe Jesus: “Mulher, que importa isso a mim e a ti? Minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos serventes: “Fazei tudo o que ele vos disser”. Havia lá seis talhas de pedra, destinadas às purificações dos judeus. Cada uma delas podia conter cerca de dois ou três barris. Disse Jesus aos serventes: “Enchei de água as talhas”. Eles as encheram até a boca. Disse-lhes então: “Tirai agora e levai ao mestre-sala”. Eles levaram. O mestre-sala provou a água transformada em vinho, e não sabia donde viera aquele vinho, embora o soubessem os serventes que haviam tirado a água; chamou então o noivo e disse-lhe: “Todo mundo serve primeiro o bom vinho e, quando os convidados já tiverem bebido muito, serve o vinho inferior. Tu, porém, guardaste até agora o vinho bom…” (João 2, 4b-10)¹.
No outro dia começamos nossa viagem de volta para Cafarnaum. Maria foi conosco. Íamos buscar Éden, sua mãe e os pais de João e Tiago para irmos as festas em Jerusalém.
Tem um comerciante em Jerusalém que sempre me dá um pedaço de frango. Já estava sonhando com isso.
Chegamos em Cafarnaum no sábado. André e eu fomos para casa e os demais foram para sinagoga.
André foi guardar a bagagem e eu fui ver a Éden.
– Miau!
– Téo, cadê o Pedro? – Fiquei fitando ela, me perguntando como digo está na sinagoga.
– Mimiaumi!
– Valeu a tentativa. Você pode vigiá-la. Eu preciso fazer um remédio para ela.
– Miau! – Subi na cama e a mãe de Éden estava com muita febre. Dormia tão profundo que dava medo. Enquanto vigiava. André foi buscar Pedro e Jesus.
Epígrafe de Mateus
Ver a água sendo transformada em vinho foi realmente impressionante. Mas quando o noivo soube o que tinha acontecido ele foi correndo agradecer a Jesus. Ele deu a Jesus as melhores comidas. Para que ele fizesse uma viagem tranquila de volta. E nós também. Quantos mais milagres Jesus vai realizar e o que nos espera nessa missão? Algo me diz que não serão tempos tranquilos.
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¹Disponível em: <https://www.a12.com/biblia/novo-testamento/sao-joao/2>. Acessado em 26/3/2025.
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